2ª série do E. M.



A professora Rosieli retornou à sala de aula e os nossos trabalhos foram encerrados.

Obrigado pelo empenho e participação de todos os alunos da 2ª série A do Ensino Médio...

Boas aulas à todos!

Aula 10 - 

A independência dos E.U.A.


A Independência dos Estados Unidos da América

As principais motivações que trouxeram os ingleses para a América foram os cercamentos e a miséria social, os interesses mercantis,  as perseguições religiosas, as guerras, tanto civis (colônia x metrópole) quanto com o estrangeiro (Guerra dos Sete Anos) e as ideias liberais do iluminismo.

Os ingleses buscavam uma nova vida na América com a esperança de conquistarem terras (o bem mais valioso da época), riquezas e liberdade. Muitos dos que se dirigiam às novas colônias não podiam pagar pelo alto preço das passagens para a América e tornaram-se servos, temporariamente, de seus financiadores, prestando-lhes anos de serviços gratuitos. Assim surgiram primeiramente as chamadas treze colônias: ao norte a Nova Inglaterra era composta por Massachusetts, New Hampshire, New York, Rhode Island, Connecticut, Pensilvânia, Nova Jersey e Delaware. Já as Colônias do Sul eram Maryland, Virgínia, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia. 

Linha do tempo da colonização até a primeira constituição norte-americana

1607 - fundação de Jamestown: Início da colonização inglesa, organizada pela Companhia de Londres. Jamestown foi o núcleo da primeira colônia inglesa, denominada Virgínia; nesta região, foi introduzido o plantation: cultivo de tabaco ou algodão em grandes propriedades rurais, por meio da exploração do trabalho de escravos africanos e com a produção voltada para exportação, ou seja, era uma colônia de exploração.

1620 - chegada do Mayflower (em português, literalmente flor de maio): foi o famoso navio que, em 1620, transportou os chamados Peregrinos, do porto de Southampton, Inglaterra, para o Novo Mundo. O navio chegou ao Cabo Cod, no atual estado do Massachusetts transportando 102 passageiros, na sua maioria puritanos separatistas, que procuravam liberdade religiosa, longe do poder hegemónico da Igreja Anglicana. Os Peregrinos do Mayflower foram os primeiros colonos a se estabelecerem no Norte originando os futuros Estados Unidos da América. Fundaram a cidade de Plymouth, que se tornaria a capital da Colónia de Massachussets. Ali foi introduzida a policultura voltada para a subsistência das famílias do local, através da existência de pequenas propriedades rurais, por meio do trabalho familiar e posteriormente assalariado, ou seja, formou-se uma colônia de povoamento.

(Veja abaixo a animação sobre a viagem do Mayflower e o primeiro dia de Ações de Graças):

1756-1763 - Guerra dos Sete Anos: Conflito militar entre a França e seus aliados (Rússia, Áustria, Suécia e Saxônia) e a Inglaterra, aliada à Prússia pela hegemonia nas terras do novo mundo. Apesar de vitoriosa, a Inglaterra saiu da guerra muito endividada e decidiu impor novos impostos aos colonos ingleses.

1764 - Lei do Açúcar: Novo imposto adicional sobre o açúcar importado pelas colônias inglesas da América do Norte de produtores não britânicos do Caribe. O melaço, produzido com o açúcar, era transformado em rum pelos comerciantes da Nova Inglaterra e trocado por escravos na costa da África. Esta atividade ficou conhecida como comércio triangular, e a nova taxa e o monopólio praticado em benefício de produtores ingleses prejudicavam os interesses dos colonos, pois aumentavam suas despesas (custos).

1765 - Lei do Selo: Determinava que todos os jornais, livros e documentos publicados nas colônias deveriam pagar uma taxa, o que implicava mais despesas para os colonos. Foi revogada em 1766 por prejudicar os colonos.

1767 - Atos de Townshend: Leis que criavam novas taxas de importação, um novo imposto para os colonos sobre produtos como vidro, papel e corantes dentre outros produtos não fabricados nas colônias, a serem pagas pelos colonos, o que resultava em maiores custos para eles.

1773 - Lei do Chá: Concedia à Companhia Britânica das Índias Orientais o monopólio da venda do produto nas colônias, o que prejudicava os comerciantes locais de chá pois, ficaram sendo obrigados a pagarem os altos valores exigidos pela companhia. 

1773 - Festa do Chá de Boston: Os colonos reagiram à Lei do Chá, com um protesto onde foram jogados no mar o carregamento de três navios da Companhia das Índias Orientais. Uma "farra ou festa" rebelde.

1774 - Leis Intoleráveis: Nome dado pelos colonos às leis impostas pelo governo inglês como punição à Festa do Chá, com o fechamento do Porto de Boston, indenização à Companhia das Índias Orientais e perda da autonomia administrativa da colônia de Massachusetts.

1776 - Declaração da Independência dos Estados Unidos da América: Documento, inspirado nas ideias do Iluminismo, que declarava a independência das colônias inglesas da América do Norte (imagem ao lado).

1776-1781 - Guerra da Independência: Confronto militar entre os colonos, liderados por George Washington com o apoio francês contra as tropas inglesas, com vitória dos colonos.

1783 - Tratado de Paris: Reconhecimento da independência dos Estados Unidos da América pela Inglaterra ma capital da França: Paris.

1787 - Constituição dos Estados Unidos da América: Documento que estabeleceu as regras para o funcionamento do novo país: uma república federativa presidencialista, com os poderes da União divididos em Executivo, Legislativo e Judiciário. Foi adotado o voto censitário e foi mantida a escravidão para os povos negros numa contradição incrível aos ideais liberais.


Retomada: Mapa Mental

Exercícios Sobre as 13 Colônias e a Independência dos E.U.A.


Horizontais

3. As colônias do __________ se desenvolveram com base na grande propriedade, escravidão e monocultura

8. Nome dado as Colônias do Norte.

Verticais

1. Grupo religioso que ao ser perseguido na Inglaterra migrou para a América do Norte.

2. Nome da guerra em que a França e Inglaterra disputaram territórios entre si

4. Lei que os colonos da América do norte pagavam sobre o melaço, o vinho e o café, entre outros produtos.

5. Primeiro povoado inglês bem-sucedido na América do Norte.

6. Determinava que todo documento que circulasse na colônia deveria receber um selo e este selo deveria ser comprado da Inglaterra.

7. Nome dado ao conjunto de colônias que se formaram na Costa Oeste da América do Norte.

Avisos: Fechamento do 2º bimestre 

Alunos que farão RECUPERAÇÃO DE HISTÓRIA:

2ª série A: 02, 06, 10, 30, 37, 39.

Estudar o mesmo conteúdo da prova bimestral (Absolutismo, Mercantilismo, Reforma Protestante e Contrarreforma).

Avaliação: 12/06/2019

Exercícios sobre o Iluminismo

1. "Eu gostaria, e este será o último e o mais ardente de meus desejos, eu gostaria que o último dos reis fosse enforcado com as tripas do último padre." (Frase atribuída ao padre francês Jean Meslier). Relacione a frase acima com o Iluminismo.


2. "Em uma legislação perfeita, a vontade particular ou individual deve ser suprimida;  vontade de corpo, própria ao governo, bastante subordinada; e, consequentemente, a vontade geral ou soberana [deve ser] sempre dominante e regra única de todas as outras. Segundo a ordem natural, ao contrário, essas diferentes vontades tornam-se mais ativas à medida que se concentram. Desta forma, a vontade geral é sempre a mais fraca, a vontade do corpo vem em segundo lugar e a vontade particular é a primeira de todas: de modo que, no governo, cada membro é primeiramente ele próprio, depois magistrado e em seguida cidadão, gradação diretamente oposta à exigida pela ordem social." (ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do contrato social. Tradução Célia Gambini).

Conforme o texto, qual seria a diferença entre a legislação perfeita e a ordem natural, em relação à gradação das vontades?

3. "Tudo estaria perdido, se o mesmo homem, ou o mesmo corpo de principais, ou de nobres, ou do povo, exercessem os mesmos três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas, e o de julgar os crimes ou as divergências dos particulares." (MONTESQUIEU, Charles-Louis de Secondat. O espírito das leis. Tradução Célia Gambini). 

No contexto europeu dos séculos XVII e XVIII, como você imagina o significado de uma proposta como essa, de tripartição dos poderes?

4. "Quando, na mesma pessoa ou no mesmo corpo de magistratura,o poder legislativo está reunido ao poder executivo, não existe liberdade [...]. Também nãoexiste liberdade se o poder judiciário não estiver separado do poder legislativo e do executivo[...]. Se ele estiver ligado ao poder executivo, o juiz poderia ter a força de um opressor.Tudo estaria perdido, se o mesmo homem, ou o mesmo corpo de principais, ou de nobres, oudo povo, exercessem os mesmos três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas,e o de julgar os crimes ou as divergências dos particulares. (MONTESQUIEU, Charles-Louis de Secondat. O espírito das leis. Tradução Célia Gambini).

a) Qual é o tema do texto?

b) Explique o contexto histórico em que foi produzido.

5. "A autoridade do príncipe é limitada pelas leis da natureza e do Estado... O príncipe não pode, portanto, dispor de seu poder e de seus súditos sem o consentimento da nação e independentemente da escolha estabelecida no contrato de submissão..." (DIDEROT, Denis. Autoridade política. In: Enciclopédia, (1751-1765).) Tendo por base esse texto da Enciclopédia,é correto afirmar que o autor:

a) pressupunha, como os demais iluministas, que os direitos de cidadania política eram iguais para todos os grupos sociais e étnicos.

b) propunha o princípio político que estabelecia leis para legitimar o poder republicano e democrático.

c) apoiava uma política para o Estado, submetida aos princípios da escolha dos dirigentes danação, por meio do voto universal.

d) acreditava, como os demais filósofos do Iluminismo, na revolução armada como único meio para a deposição de monarcas absolutistas.e) defendia, como a maioria dos filósofos iluministas, os princípios do liberalismo político que se contrapunham aos regimes absolutistas.

6. Assinale a alternativa que possui a indicação de uma característica relacionada ao pensamento iluminista do século XVIII.                                                             

a) a valorização do pensamento católico e cristão.

b) a afirmação da desigualdade jurídica entre cidadãos.

c) a satisfação direta dos prazeres e dos desejos sexuais e carnais.

d) a fatalidade do destino e da força divina.

e) o racionalismo científico.

Trabalho interdisciplinar

(história / filosofia / sociologia)

2º bimestre: Os Jogos do poder





Tema: O Absolutismo.

Data da apresentação: 29/05/2019.

Grupo 1 - As causas do Absolutismo.

Augusto 5, Geovanna 14, Isabelly 19, Maria 28 e Junior 35.

Grupo 2 - A filosofia absolutista (teóricos do absolutismo).

Ana 3, Isabella 18, Julia 21, Leonardo 23 e Raul 34.

Grupo 3 - As relações sociais absolutista.

Gulherme 15, Lucas 26, Pedro 31, Vinícius 37 e Wendel 40.

Grupo 4 - O estado moderno e suas características.

Bárbara 7, Dominique 12, Heloísa 16 e Isadora 20.

Grupo 5 - O absolutismo na península ibérica (Portugal e Espanha).

Ana 4, Sabrina 36 e Yasmim 42.

Grupo 6 - O absolutismo na Inglaterra.

Deivid 11, Lucas Néri 27, Matheus Calvo 30 e Vitor 38.

Grupo 7 - O Mercantilismo (a economia absolutista).

Alanna 1, Alice 2, Kaicky 22 e Pedro 32.

Grupo 8 - O Absolutismo na França.

Beatriz 8, Emilly 13, Isabella Mendes 17, Luana 25, Rafaela 33 e Yasmim Joice 41.

Desenvolvimento:

Os grupos compostos pelos alunos devem criar jogos ou brincadeiras pedagógicas que possibilitem o aprendizado dos conteúdos propostos.

Data de apresentação dos jogos ou brincadeiras:

29/05/2019.

Local da apresentação:

Quadra de esportes da E. E. Padre Simon Switzar.

Apresentação:

A apresentação ocorrerá nas 4 primeiras aulas do dia 29 de maio.

Na primeira aula (7:00 a 7:50) os grupos devem se organizarem na quadra de esportes.

Na segunda e terceira aulas (7:50 a 9:30) os grupos deverão demonstrar os jogos e ficarão a vontade para participarem dos jogos criados pelos colegas desde que permaneça um componente por grupo nos jogos para coordenar a brincadeira de quem irá jogar.

Na quarta aula (9:30 a 10:20) será a desmontagem e limpeza da quadra de esportes.

Critérios de avaliação:

- Parte artística (a confecção e o acabamento do jogo): 2 pontos.

- Parte da jogabilidade (facilidade em aprender e jogar a brincadeira): 2 pontos

- Parte da coerência histórica (o conteúdo das disciplinas está correto): 3 pontos.

- O aprendizado proporcionado pelo jogo (aprendemos ao participar da brincadeira?): 3 pontos.

Avaliação de História

Nova data: 22/05/2019.

Temas abordados:

- A Reforma Protestante;

- A Contrarreforma;

- O Absolutismo;

- O Mercantilismo e o Sistema Colonial na América.

Como estudar para as avaliações:

- Leia os textos, um por vez, que você possui sobre o(s) tema(s) no seu caderno ou no sítio;
- Leia o texto e faça o seu próprio resumo. Este resumo pode ser uma descrição, um fichamento, um mapa mental ou ainda  um mapa conceitual conforme você preferir;
- Faça um questionário contendo as ideias principais dos temas (textos) que serão avaliados e responda (tente responder sem consultar os textos mas, se não conseguir responda consultando o texto e estude as questões até saber todas as respostas...) 
Este tutorial é apenas um conjunto de conselhos... O importante é você estudar! 
Bons estudos à todos.

Aula 9 - O Iluminismo

(A Ilustração ou o Século das Luzes)

O auge dos Estados centralizados modernos no século XVIII significou também o ponto alto de suas contradições. As tensões envolvendo monarcas, nobreza e burguesia geraram uma situação pré-revolucionária na Europa. A partir de meados desse século, a burguesia equipou-se com armas teóricas que serviriam para questionar o poder dos reis absolutistas e criar uma nova ordem política. Essa ideologia, o Iluminismo, foi desenvolvida e incorporada pela burguesia, e teria notável influência sobre as lutas revolucionárias do final do século XVIII. Importante notar que o termo "iluminismo" justifica a expressão "século das luzes", comumente usada para se referir ao século XVIII. Também devemos notar que a ideologia do Iluminismo foi incorporada pela burguesia, mas não foi algo exclusivamente utilizado por ela, já que nem toda nobreza era avessa às suas propostas. Basta lembrar que vários dos pensadores iluministas, assim como seus leitores, eram nobres, e não burgueses. O pensador inglês John Locke (1632-1704) costuma ser considerado um precursor do movimento. Locke rejeitava a teoria do "direito divino dos reis" e o absolutismo. Em sua obra Segundo tratado sobre o governo civil, defende a ideia de que os homens são portadores de direitos naturais, como a vida, a liberdade e a propriedade. Para garantir esses direitos, os homens criaram os governos por meio de um "contrato" entre eles. Ainda segundo Locke, por consentimento da maioria, o governante recebe a autoridade e o dever de garantir os direitos das pessoas. Seria um  "contrato" entre governante e governados, como também havia proposto Thomas Hobbes. Como você já estudou, Hobbes é considerado por muitos estudiosos o principal teórico dos governos centralizados modernos e elaborou todo um sistema lógico e coerente para explicar a necessidade do denominado Estado absolutista. No entanto, ao contrário do que Hobbes propunha, Locke defendia também o direito de resistir à tirania. Para ele, se o governante viola o contrato, utilizando os poderes delegados pela sociedade em proveito próprio, visando obter vantagens, a sociedade teria o direito de destituí-lo.

O "Século das Luzes e seus Filósofos"

Em seu livro Cartas inglesas, Voltaire (1694-1778) criticou não apenas a Igreja, mas também os resquícios da servidão feudal. Ao mesmo tempo, acreditava que a livre expressão era um dos direitos naturais do homem e condenava firmemente a censura. Uma frase atribuída a Voltaire resume a sua postura iluminista: "Posso não concordar com uma única palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte o direito de dizê-la". Voltaire também criticava a guerra e rejeitava a ideia de revolução, acreditando que as reformas realizadas por monarcas, sob orientação dos filósofos, poderiam resultar em governos "esclarecidos". Durante sua vida, procurou aproximar-se de alguns reis absolutistas, como os da Prússia e da Rússia, sugerindo reformas. O movimento reformista inspirado nas ideias iluministas recebeu o nome de despotismo esclarecido. Charles-Louis de Secondat (1689-1755), o barão de Montesquieu, autor de O espírito das leis, propunha a divisão dos poderes em três instâncias: Executivo, Legislativo e Judiciário. Dessa forma, o governante seria um simples executor da vontade da sociedade, conforme as leis redigidas por um corpo de legisladores e julgadas pelos tribunais, o que limitaria o poder absolutista dos reis. Montesquieu também pregava a necessidade de um conjunto de leis que expressassem os valores da sociedade e que fossem obedecidas por todos, até pelos governantes: seria a Constituição de um Estado. Em Cartas persas, denunciou os abusos do poder autoritário e os excessos cometidos no reinado de Luís XIV. Em sua obra O contrato social, Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) manifestou sua crença na liberdade dos homens, uma vez que nasciam todos iguais e, por meio de sua livre vontade, criavam as leis e organizavam a sociedade. Rousseau foi grande defensor da democracia, não como a compreendemos hoje, associada a eleições e ao voto universal, mas como expressão da vontade geral da população. Criticava o racionalismo excessivo, que, a seu ver, reprimia os indivíduos: o conhecimento e a felicidade humanos dependeriam, em grande parte, de cultivar e expressar os sentimentos. Suas ideias, rejeitadas pela alta burguesia por conta das críticas ao racionalismo, ao elitismo governamental e à opulência, tiveram forte influência nos setores médios e populares, provocando grande impacto nos momentos mais radicais da Revolução Francesa. Os filósofos Denis Diderot (1717-1783) e Jean D'Alembert (1713-1784) foram os responsáveis pela compilação da Enciclopédia, obra monumental dividida em 35 volumes que constituiu uma tentativa de reunir, de forma sistemática, todo o conhecimento humano acumulado até então, conforme entendido pelos iluministas. A empreitada teve 130 colaboradores. A obra expressa valores como a substituição da fé pelo racionalismo; o estímulo à ciência; o deísmo (crença em Deus como força impulsionadora do Universo); e a ideia de contrato entre governantes e governados. Entre seus colaboradores incluem-se Voltaire, Montesquieu e Rousseau. Mesmo expressando divergência de opiniões entre seus autores, a Enciclopédia foi fundamental como instrumento divulgador dos ideais liberais para a política e para a economia. A publicação da Enciclopédia enfrentou resistência e pressão dos grupos aliados ao Antigo Regime. Em 1759, foi condenada pelo papa Clemente XIII.

Os economistas do Iluminismo 

Os pensadores iluministas produziram duas correntes de interpretação da economia das nações: a fisiocracia e o liberalismo, que logo passou a ser aceito como a "verdade" econômica. A escola fisiocrata despontou como crítica às concepções mercantilistas dominantes. Os fisiocratas consideravam a terra - e não o acúmulo de metais preciosos - a única fonte de riqueza. Para eles, o comércio e a atividade manufatureira seriam apenas meios de transformar e fazer circular essa riqueza. Os economistas franceses Quesnay (1694-1774), Gournay (1712-1759) e Turgot (1727-1781) se destacaram entre os fisiocratas. Ao defender o  fim das regulamentações que limitavam a atividade econômica, Gournay cunhou a expressão Laissez faire, laissez passer, le monde va de lui même ("Deixem fazer, deixem passar, o mundo vai por si mesmo"). O maior expoente do liberalismo econômico foi o escocês Adam Smith (1723-1790), que condenava a intervenção do Estado na economia. Para Smith, o trabalho, e não o comércio ou a terra, é a única fonte de riqueza. Na obra Uma investigação da natureza e das causas da riqueza das nações, Smith defendia que a economia funcionava pelas suas próprias leis, sem precisar da intervenção do governo. A concorrência, a divisão do trabalho e o livre-comércio permitiriam a satisfação dos diferentes interesses individuais dos homens livres, como uma "mão invisível" conduzindo ao melhor resultado no aumento da produtividade e no progresso.

O Despotismo Esclarecido

No final do século XVIII, diversos reis absolutistas europeus, assessorados por ministros "esclarecidos", realizaram reformas de cunho iluminista. Essas reformas buscavam atenuar as tensões entre monarcas e burguesia, por meio da modernização e do aumento da eficiência administrativa dos reinos e do incentivo à educação pública, com a criação de escolas e o apoio às academias literárias e científicas. Desse modo, os reis estavam garantindo uma sobrevida ao Estado absolutista. O sistema político-econômico assim estabelecido ficou conhecido como despotismo esclarecido. Havia nele uma contradição fundamental: se, por um lado, alguns reis estavam dispostos a realizar reformas, por outro não iriam tolerar limitações ou perda de poderes. Assim, a burguesia local recebeu bem as reformas, mas passou a exigir mudanças políticas consideradas inaceitáveis pelos monarcas com poderes excessivamente centralizados. As reformas enfatizaram o aspecto econômico, procurando acomodar os interesses da nobreza e da burguesia locais a novas práticas mercantilistas, de modo que pudessem recuperar suas finanças e enfrentar a concorrência da França e da Inglaterra, já consolidadas como as maiores potências econômicas da Europa. As reformas também incluíram o estímulo à cultura, às artes e à filosofia. Os principais déspotas esclarecidos foram os seguintes: José II (1741-1790), da Áustria; Catarina II (1729-1796), da Rússia; Frederico II (1712-1786), da Prússia; dom José I (1714-1777), com seu ministro, o marquês de Pombal, de Portugal); e Carlos III, com seu ministro, o conde de Aranda, da Espanha. Quanto às demais monarquias europeias, a inglesa já havia se submetido à autoridade do parlamento burguês desde 1688, com a Revolução Gloriosa. Os reis franceses, entretanto, não cederam às reformas. Com isso, as relações entre os vários setores da sociedade se deterioraram cada vez mais. Nas últimas décadas do século XVIII, a independência dos stados Unidos e o triunfo da Revolução Francesa fizeram com que as ideias iluministas deixassem de ser meras propostas e passassem a fundamentar o sistema político conhecido como liberalismo político. Tal sistema se consolidaria em grande parte do Ocidente a partir do início do século XIX.

Aula 8 - 

As Revoluções Liberais Inglesas

A Inglaterra e o Liberalismo

A Inglaterra até a primeira metade do século XVII, era uma monarquia absolutista. Nessa época, surgiam as primeiras ideias liberais, em contestação aos abusos de poder da realeza e durante os reinados de Jaime I (1566 - 1625) e Carlos I (1600 - 1649), ocorreram violentas disputas entre o parlamento e os reis por três motivos principais: 

- Os aumentos dos impostos promovidos pelos monarcas sem a aprovação do parlamento;

- A imposição da religião Anglicana à Escócia;

- A tentativa dos reis de governarem sem convocar o parlamento (absolutismo).

A Revolução Puritana

As constantes divergências entre o parlamento e o rei Carlos I culminaram com uma guerra civil conhecida como Revolução Puritana. O confronto armado se deu entre os Cavaleiros (partidários do rei) e os cabeças redondas (puritanos defensores do parlamento), esses assim chamados por usarem um chapéu de aba redonda. As lutas ocorreram entre 1649 e 1658 com a vitória dos puritanos liderados por Oliver Cromwell. Com a vitória os puritanos extinguiram a monarquia e dissolveram o parlamento e formando uma república que durou de 1649 a 1658 com Cromwell como presidente e auto-intitulado Lorde Protetor da Inglaterra. Cromwell exerceu um governo violento e tumultuado, porém importantes leis foram aprovadas como o confisco e venda de muitas terras da igreja e da realeza, e os atos de navegação, que determinaram a obrigatoriedade de transportar em navios ingleses as mercadorias importadas para o reino. Após a morte de Cromwell, seu filho Richard perdeu o poder pois, não possuía o domínio do exército inglês como foi o caso de seu pai Oliver.

A Revolução Gloriosa

Com a queda de Richard Cromwell, o parlamento restaurou a monarquia e colocou Carlos II no trono em 1960. Para reinar, Carlos II (1660-1685) submeteu-se ao parlamento que assumiu o papel de principal força política da nação. Entretanto, seu sucessor Jaime II (1633 - 1701), agiu de modo diferente e tentou restaurar o poder absoluto ao impor o catolicismo na Inglaterra, o que ia contra os interesses da maioria protestante da população inglesa. Jaime II foi deposto por um golpe de estado e fugiu para a França, a Revolução Gloriosa, assim chamada por não haver derramamento de sangue e o radicalismo puritano. O parlamento entregou o trono ao príncipe protestante holandês Guilherme de Orange (1650-1702), genro de Jaime II, que reinou como Guilherme III. Junto ao acordo, o parlamento aprovou e o rei sancionou o Bill of Rights (a declaração dos direitos) que limitou o poder dos reis consolidando o sistema monárquico parlamentar, onde o rei é um símbolo da nobreza da nação porém, quem governa é o parlamento vigente na Inglaterra até os dias de hoje. 


Retomada: HQ sobre as Revoluções Liberais Inglesas 

O cinema e a Revolução Puritana: assista ao filme Morte ao Rei.

Aula 7 - O Sistema Colonial

O chamado sistema colonial desenvolveu-se na América entre os séculos XVI e XVIII. Durante este período vivíamos o Estado Moderno governado pelos reis absolutistas que possuíam um sistema econômico baseado no mercantilismo. A forma principal da política econômica mercantilista era o PACTO COLONIAL que consistia na exploração das colônias por parte das metrópoles europeias gerando o enriquecimento tanto do Estado Moderno como de sua burguesia. O sistema colonial americano gerou dois tipos de colônias:

  • Colônias de exploração;

  • Colônias de povoamento.

Colônias de povoamento: mais presente na zona temperada da América do Norte. Eram organizações econômicas e sociais que mantinham semelhanças com os espaços de origem da Europa. Constituía-se de pequenas propriedades, produção voltada para o mercado interno, lugares mais desenvolvidos e vida urbana estruturada. A liberdade era mais valorizada, seja no aspecto econômico, religioso e de cunho da liberdade de imprensa. O trabalho era livre (muitas vezes familiar) e o desenvolvimento da indústria faziam com que houvesse boas relações com o comércio externo.

Colônias de exploração: mais presente na zona tropical da América. A agricultura era de uma única cultura voltada para a exportação e a escravidão prevalecia como forma de trabalho. Os núcleos urbanos não tinham incentivo e o mercado interno sempre dependia das metrópoles. O latifúndio (também conhecido como plantations) era uma grande propriedade rural baseada na monocultora como por exemplo podemos citar a cana de açucar ou o algodão, onde os senhores donos das propriedades tinham todo o poder nas colônias. 

No caso da colonização dos ingleses na América do Norte, acabou acontecendo as duas formas de colônia. As colônias do norte e do centro foram marcadas pela característica de povoamento. Já as colônias do sul, marcadas pelas colônias de exploração. Muitas lutas sociais foram observadas nessa região.

Já na América espanhola e na América portuguesa a colonização teve apenas a característica de exploração por parte das metrópoles.

A metrópole: Era o centro do sistema colonial, as metrópoles disputavam e estabeleciam áreas de influencia na América, na África e na Ásia. As metrópoles asseguravam de forma exclusiva o abastecimento das colônias fornecendo produtos manufaturados e a mão-de-obra escrava sempre com preços elevados. Por outro lado garantiam a apropriação de toda a produção colonial, sempre a preços baixos revendendo-a por preços mais altos no mercado europeu. Além disso, gravava o mundo colonial com tributos, que muitas vezes eram excessivos.

Principais características dos mercantilismos europeus:

Espanha: Bulionismo baseado no metalismo.

Portugal: colonialismo com a exploração do pau-brasil, do açúcar e dos metais preciosos.

França: Colbertismo baseado na exportação de artigos de luxo e no desenvolvimento industrial.

Inglaterra: Indústria têxtil e construção naval.

Holanda: Exploração do açúcar nas Antilhas. 

Mapa Mental: Mercantilismo

Vídeo Complementar: Canal Leitura Obrigahistória.

Aula 6 - O Absolutismo e o Estado Moderno



O Absolutismo Monárquico

O Absolutismo Monárquico é uma forma de governo que prevaleceu entre os séculos XV ao XVIII, em que o rei passou a ter a centralização do poder político em suas mãos, ou seja, o monarca passou a ser absoluto ou ilimitado e assumiu assim, o topo da hierarquia social européia que antes pertencia ao clero.

Princípais causas do Absolutismo Monárquico:

A Aliança do rei com a burguesia que desejava a padronização monetária, protecionismo e o enfraquecimento da nobreza feudal.

A Reforma Protestante como resultado da decadência da Igreja Romana.

O Renascimento que trouxe um novo imaginário para a vida humana no fim da Idade Média ao questionar o poder universal (a igreja).

O surgimento dos Teóricos do Absolutismo.

Os teóricos do absolutismo europeu foram homens que desenvolveram teorias com objetivo de legitimar a centralização de poder político nas mãos dos reis.

Princípais Teóricos Absolutistas

Jacques Bossuet que escreveu A Política Tirada das Santas Escrituras e Jean Bodin que escreveu Da República defendiam na prática a teoria do Direito Divino dos Reis. Esta teoria afirma que o rei era um homem escolhido por Deus para esta função a quem seus súditos deviam total obediência ao seu monarca e portanto, ir contra o rei era ir contra a vontade do próprio Deus. Jean Bodin também afirmava que esse poder do rei era delimitado pelas leis divinas e naturais.

Thomas Hobbes escreveu O Leviatã onde defendeu O Contrato ao afirmar que o homem em seu estado natural é egoísta e causa prejuízo à sociedade gerando a necessidade de um soberano absoluto que mantenha os direitos dos indivíduos.

Nicolau Maquiavel escreveu O Príncipe onde defendeu a Secularização da Política subordinando o cidadão ao estado afirmando que os fins justificam os meios adotados pelo soberano.

A Sociedade Absolutista:

Rei: Absoluto, ou seja, acima dos estados com poder ilimitado.

Primeiro-estado: Clero (os homens da igreja que possuíam os privilégios de possuir terras e cargos públicos).

Segundo-estado: Nobreza (eram os guerreiros que possuíam os privilégios de possuir terras e cargos públicos).

Terceiro-estado: Trabalhadores (burgueses (ou comerciantes), artesãos e camponeses) que possuíam apenas obrigações como trabalhar e manter os demais estados com os pagamentos de impostos, dízimos e ofertas.

As nações e seus monarcas absolutistas

Em 1835 Portugal tornou-se a primeiro estado moderno como resultado da Guerra da Reconquista e o poder político centralizado teve maior vigor nas mãos de D. João I que consolidou a independência portuguesa ao derrotar definitivamente o reino de Castella e formar uma aliança com a monárquia inglesa ao casar-se com Filipa, filha do Duque de Lencastre. O seu processo absolutista baseou-se na expansão ultramarina e nos privilégios concedidos ao clero e a nobreza.

Já a Espanha se consolidou em 1492 com a expulsão definitiva dos povos mouros da península Ibérica com o fim da guerra da Reconquista, sob a liderança absoluta dos reis Fernão II de Aragão e Isabela de Castella. Os chamados reis católicos apoiaram a Igreja incondicionalmente instalando a inquisição e as missões jesuítas em seu estado monárquico e em suas colônias combatendo o protestantismo ferozmente.

Na Inglaterra o apogeu do absolutismo se deu com Henrique VIII que rompeu com o catolicismo, dominou as terras da igreja, tornou-se o chefe da Igreja Anglicana através do Ato de Supremacia e com a rainha Elizabeth I, a sanguinária, que consolidou o Anglicanismo e perseguiu católicos e protestantes, apoiou a Lei dos Cercamentos, a pirataria marítima, desenvolveu o comércio de manufaturas e venceu a incrível armada espanhola.



Na França tivemos o esplendor máximo do absolutismo na pessoa de Luís XIV, o chamado Rei-sol que afirmava ser a luz que iluminava a França. Luís XIV, convicto do direito divino dos reis, submeteu a burguesia mercantil e a nobreza feudal ao seu poder através de vários decretos afirmando: O Estado sou Eu!

O absolutismo monárquico trouxe mudanças à Europa com a criação do Estado moderno que possuía as seguintes características:

- Território definido, idioma nacional, legislação definida, sistema tributário, o exército nacional, e os funcionários públicos com os burocratas e os militares, porém o rei controlava as leis, a justiça com o Tribunal Real e o comércio com o mercantilismo.  


O Mercantilismo: A Economia Absolutista

O mercantilismo era o sistema econômico do absolutismo europeu e suas principais características eram:

- Balança comercial favorável: número de exportações maior que o número de importações para a obtenção do lucro.

- Protecionismo ou Colbertismo: Cobrança de altos impostos sobre produtos importados para o favorecimento das vendas de produtos da burguesia nacional.

- Metalismo: Acumulo de metais preciosos como o ouro e a prata para o fortalecimento da monarquia.

- Colonialismo: Busca de colônias (terras fora da Europa) para a exploração de suas riquezas.

- Pacto Colonial: Também chamado de exclusivismo colonial, era uma acordo onde a colônia somente poderia vender e comprar produtos de sua metrópole, na prática a colonia fornecia matéria-prima por baixos valores e comprava produtos manufaturados por altos valores gerando lucro para a metrópole.

Retomada: HQ sobre a Idade Moderna: O Estado Moderno

Mapa Mental sobre o Absolutismo

Exercícios sobre a 

Reforma e Contrarreforma.

Opção 1 - imprima e cole as questões no caderno, após responda os exercícios propostos.

Opção 2 - Copie as questões e responda no seu caderno.

A Reforma Religiosa se deu em torno da figura de Martinho Lutero, que se revoltou contra a cobrança de indulgências pela Igreja Católica. O contexto da Reforma foi muito intenso. Quebra de paradigmas e mudança de mentalidade influenciaram o pensamento de Lutero e de seus contemporâneos. Falava-se até mesmo em fim do mundo, da chegada do apocalipse, conforme se pode notar no seguinte texto do Cônego de Langres: "Agora, portanto, digo que estamos no momento e nos aproximamos da futura renovação do mundo, ou de uma grande alteração ou de sua aniquilação [...]."

1. A partir da leitura do quadro explicativo e das aulas sobre Reforma Protestante, explique o significado de "indulgência".


Texto 1 "Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei." (Carta aos Romanos, 3: 28) A Bíblia sagrada. Versão corrigida e revisada (1994).

Texto 2 "43. Deve-se ensinar aos cristãos que quem dá aos pobres ou empresta aos carentes faz mais do que quem compra indulgências; [...] 46. Deve-se ensinar aos cristãos que, salvo em caso de possuírem mais do que necessitem, devem conservar o que for necessário para suas próprias famílias, e de forma alguma, desperdiçar dinheiro com indulgências."

2. Quais características do pensamento de Lutero estão presentes nos trechos apresentados?



3. Assinale C (catolicismo) ou P (protestantismo) para as considerações de doutrina e comportamento relacionadas a seguir, levando em conta o contexto das Reformas e dos séculos XVI, XVII e XVIII.                                                                                                                     a) Livre sacerdócio e livre interpretação da Bíblia. (  )                                                                     b) Infalibilidade das Sagradas Escrituras. (  )                                                                                     c) Celibato sacerdotal. (  )                                                                                                                   d) Adoração de santos. (  )

4. Faça um pequeno texto relacionando o entendimento dos católicos e dos protestantes calvinistas com relação às riquezas durante o século XVI.



5. "A reforma protestante foi oriunda, em certa medida, de uma profunda fermentação escatológica [apocalíptica] e, em seguida, contribuiu para aumentá-la. Parece-me que essa 'espera de Deus' foi particularmente forte na Alemanha do século XVI onde, em um clima de ansiedade, as conjunções de planetas em 1525 criaram um pânico coletivo, alarmando Lutero e Dürer." DELUMEAU, Jean. História do medo no Ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. p. 225.

De acordo com o texto, podemos afirmar que a Reforma Protestante foi:                                       a) um movimento ligado às transformações religiosas, políticas e intelectuais do século XVI, nutridas pelas incertezas dos novos tempos, pelo clima apocalíptico e pelo questionamento quanto ao poder da Igreja para proteger a cristandade.                                                                b) uma reação ao fim do mundo, previsto por seitas pagãs que consideravam a conjunção de planetas como um efetivo sinal de que o mundo iria acabar no final do século XVI.                   c) um movimento de seitas contrárias aos ensinamentos bíblicos, que negavam tanto o poder sagrado do Papa quanto a veracidade dos textos da Bíblia.                                                           d) uma continuação das reformas políticas iniciadas na Inglaterra e que, posteriormente, influenciaram Lutero e Calvino, no Sacro Império Romano Germânico e na região da atual Suíça, respectivamente. 

6. Sobre a Reforma Protestante, analise as afirmativas abaixo:

I - A doutrina calvinista admitia o mundo dependente da vontade absoluta de Deus, estando os homens sujeitos à predestinação: como pecadores por natureza, somente alguns estariam predestinados à salvação eterna;

II - Com o auxílio do teólogo Felipe Melanchton, Lutero redigiu um documento que fundamentava sua doutrina, afirmando que a fé constituía a única e verdadeira fonte de salvação;

III - Considerado um dos precursores da Reforma Protestante, John Wyclif pregava o confisco dos bens da Igreja na Inglaterra e a adoção pelo clero dos votos de pobreza material do cristianismo primitivo.

Assinale a alternativa:

a) Somente se as afirmativas I e II estiverem corretas.

b) Somente se as afirmativas I e III estiverem corretas.

c) Somente se as afirmativas II e III estiverem corretas.

d) Se todas as afirmativas estiverem corretas.

7. Após a ascensão do protestantismo na Europa, quais foram as principais medidas tomadas pela igreja católica definidas no Concílio de Trento? 


8.  "O Pai e o Filho vêm a um homem e nele fazem sua morada, se ele amar Jesus Cristo (São João, XV, 23). Daí resulta a necessidade das obras porque o amor, a caridade só se manifesta pelas obras (São João, XIV, 21; Mateus, VII, 21), são obras que contam e Deus dará a cada um segundo suas obras." (Roland Mousnier, Os séculos XVI e XVII. In História Geral das Civilizações.) A importância do acúmulo gradual de boas obras para a salvação da alma é uma concepção:                                                                                                                                         a) luterana. b) católica. c) anglicana. d) calvinista

9. O anglicanismo é a religião oficial da monarquia inglesa nos dias atuais. Essa afirmativa encontra explicação no século XVI, quando:                                                                                    a) o luteranismo se expandiu na Inglaterra.                                                                                      b) Henrique VIII propiciou a reforma religiosa no país.                                                                      c) o Papa apoiou a organização da igreja anglicana.                                                                        d) o crescente enfraquecimento político da monarquia inglesa ocorreu.


Avisos sobre o fechamento do 1º bimestre: 

Alunos que farão RECUPERAÇÃO DE HISTÓRIA:

Números / causas:

06 / Não fez a prova de história.

09 / Não fez a prova e não fez o trabalho interdisciplinar sociologia/história/filosofia.

22 / Não fez o trabalho interdisciplinar sociologia/história/filosofia.

32 / Não fez o trabalho interdisciplinar sociologia/história/filosofia.

Conteúdo para a recuperação: O Renascimento Artístico e Científico.

Aluno que deve entregar o trabalho de COMPENSAÇÃO DE FALTAS:

Números: 06.

O aluno deverá copiar o conteúdo do site (somente a parte escrita) na folha de almaço e entregar no dia 10/04/2019.

Conteúdo: O Renascimento Artístico e Científico.

Aula 5 - A Contrarreforma

A Contrarreforma ou Reforma Católica pode ser definida como a reação da Igreja Católica Apostólica Romana à Reforma Protestante. Insatisfeita com a perda de reinos e fiéis ao protestantismo e ao separatismo, a Igreja Romana em 1540 aprovou a Ordem dos Jesuítas sobre o comando do militar espanhol Inácio de Loyola. Estes ficaram conhecidos como os soldados da Igreja e tinham basicamente duas missões: combater os protestantes e catequisar os não cristãos convertendo-os ao catolicismo antes que fossem alcançados pelos protestantes.

Em 1545, o papa Paulo III convocou um concílio na cidade de Trento na península Itálica. Um concílio é uma reunião de clérigos, os membros com maior importância na igreja, para discutirem e decidirem sobre assuntos pertinentes a igreja. Em 1563, após anos de trabalho, no chamado Concílio de Trento ficou decidido pelos clérigos católicos a reafirmação de suas doutrinas como os sete sacramentos, a infalibilidade papal, a necessidade do sacerdote católico como único capaz de interpretar corretamente a bíblia, a salvação pela fé e pelas obras, e a tradição do sacerdócio papal como sucessor dos apóstolos e ficou proibida a vendas das indulgências. Foi ratificado ainda a necessidade de seminários e da criação do catecismo para o ensino do catolicismo à população cristã.

Além da parte doutrinária vista acima, os tribunais da Inquisição (imagem a baixo) que foram criados em 1231 para investigar e punir crimes contra a fé católica também voltaram a ser estimulados pelo Concílio de Trento e criou-se uma lista de livros cuja a leitura estava proibida em todo os reinos católicos: a chamada Index Librotum Prohibitorum, em português: lista de livros proibidos (imagem ao lado), contendo muitos dos livros dos reformadores e muitos dos livros dos filósofos renascentistas. Além disso a Inquisição ficou conhecida por usar a tortura para conseguir a confissão dos acusados de cometerem crimes contra o catolicismo, o que gerou muitas mortes violentas e guerras entre católicos e protestantes cuja a mais famosa ficou conhecida como a Noite de São Bartolomeu ocorrida na França entre católicos e huguenotes (assim chamados, os protestantes franceses).

Texto Complementar: A Lista de Livros Proibidos.

Obras de autores da literatura e da filosofia como Thomas Hobbes, René Descartes e Victor Hugo fizeram parte do Index Librorum Prohibitorum - lista de livros proibidos criada pela Igreja Católica na Idade Média. O Index foi criado como uma defesa da Igreja diante da invenção da prensa (e consequente popularização dos livros) e da Reforma Protestante, que ameaçavam a autoridade católica. A primeira edição, oficializada em 1559 pelo papa Paulo 4º, tinha 550 obras censuradas. A 32ª e última edição, de 1948, tinha 4 mil títulos. Os livros reprovados (imorais ou contrários à doutrina) eram queimados. Em 1966, o documento foi extinto por Paulo 6º. Ainda assim, até hoje autoridades do clero podem emitir um alerta sobre os riscos de algumas publicações, o admonitum ("advertência" em latim). "Na prática, é um aviso de cuidado para os leitores sobre determinada obra", afirma Sergio Rodrigues, professor de teologia da PUC-PR. O Código da Vinci e Harry Potter são exemplos de livros não recomendados pela Igreja nos nossos dias. 

Alguns dos malditos autores e obras que já estiveram no Index:

AUTOR - Thomas Hobbes
OBRA - Todos os seus livros. O matemático e filósofo inglês foi listado no Index por acreditar que o medo leva os homens a serem submissos a uma forma soberana de poder (como a Igreja, por exemplo). Em O Leviatã, Thomas citou ainda que a adoração aos santos não era permitida pela Bíblia e que o povo seria induzido pelo papa a ouvir uma falsa interpretação do livro sagrado

AUTOR - Gustave Flaubert
OBRA - Madame Bovary. Publicado em 1857, o livro é sobre uma jovem burguesa que trai o marido - tratar de adultério seria o pecado da obra. Flaubert também satiriza a burguesia ao narrar a vida entediante de Bovary e das pessoas a seu redor. O autor chegou a ser julgado na época, acusado de criar uma personagem ofensiva.

AUTOR - René Descartes
OBRA - Todos os seus livros. O autor da famosa frase "Penso, logo existo", em O Discurso Sobre o Método (1637), sugeria que só existe aquilo que pode ser pensado racionalmente. Essa ideia tende a excluir as dimensões da vida que não cabem no racional, como a fé. A possibilidade de encarar Deus racionalmente incomodava a Igreja.

AUTOR - Victor Hugo
OBRA - Os Miseráveis e O Corcunda de Notre-Dame. Os Miseráveis retrata o governo como opressor e a miséria da sociedade. Já O Corcunda de Notre-Dame mostra o deformado Quasímodo sendo julgado pela aparência. As obras eram perseguidas por serem consideradas sensuais e por denunciarem a desigualdade social.

AUTOR - Alexandre Dumas
OBRA - Vários livros. Os livros do francês não eram bons exemplos para os fiéis. Em O Conde de Monte Cristo, personagens se envolvem em suicídio, adultério e consumo de haxixe. Além disso, a obra gira em torno do sentimento de vingança - o que seria incompatível com o cristianismo.

Lista negra
Obras eram avaliadas minuciosamente. No período em que o Index existiu, livros inéditos só eram impressos se recebessem aprovação de um bispo e o selo de imprimatur ("que seja impreso", em latim). Países católicos obedeciam, mas em outros, como a Alemanha, de maioria protestante, a Igreja não podia proibir publicações. Se a ofensa não fosse grave, alterações eram sugeridas ao autor. Em casos de obras denunciadas pelos fiéis, avaliadores preparavam um relatório, que era discutido pelo alto clero antes de ser encaminhado ao papa para a avaliação final.

Consultoria Lauri Wirth, doutor e professor de teologia da Universidade Metodista (SP) e Sergio Rodrigues, professor de teologia da PUC-PR.

Fonte: Revista Superinterresante (https://super.abril.com.br/mundo-estranho/quais-livros-ja-foram-proibidos-pela-igreja-catolica/).

Retomada do conteúdo: HQ 

Aulas 3 e 4 - A Reforma Protestante

As grandes transformações pelas quais passou a Europa no começo da Idade Moderna não se limitaram ao Renascimento. A Igreja também sofreu um formidável abalo com a Reforma protestante e o surgimento de diversas outras Igrejas que, embora cristãs, divergiam frontalmente de certos procedimentos, valores e orientações da sede papal de Roma. 

Importante lembrarmos que ao longo da história da igreja sempre houve grandes divisões entre os grupos de cristãos! Um bom exemplo disso foi a cisma no catolicismo que ocorreu no século XI e separou a Igreja Católica Apostólica Romana da Igreja Católica Ortodoxa. Durante esse período moderno, novamente a igreja foi abalada, e nesse sentido é importante falar que a reforma protestante não foi um acontecimento único na Europa, e sim que houve várias reformas protestantes em países como Inglaterra, Alemanha e Suiça que apesar de protestarem contra o papado em Roma, possuíam motivos e características muitas vezes totalmente diferentes e divergentes umas das outras.

A Reforma Protestante foi o movimento de caráter religioso iniciado no século XVI que tentou reformar a conduta e algumas crenças da Igreja Católica, mas, que terminou com vários cismas e a formação de novos grupos de cristãos. 

A partir do século XV vários clérigos (homens da igreja que estudavam profundamente a Bíblia) começaram a enxergar a corrupção na maneira de viver apoiada pela Igreja Católica Romana e criticaram principalmente a falta de moral dos membros do clero, ou seja, a prática da vida de forma diferente do ensino falado; A simonia, ou seja, a venda de relíquias cristãs (em sua maioria objetos falsificados como um pedaço da lança que perfurou Jesus, ou o cálice da última ceia); E a venda de Indulgências, ou seja, o perdão dos pecados (a salvação da alma de um pecador concedida através de penitências ou de um pagamento monetário); A luxúria (incluindo o desrespeito ao celibato) e a corrupção moral como a venda de cargos eclesiásticos também passaram a ser altamente criticadas por estes clérigos. Fora do clero, ainda havia o questionamento do poder universal da igreja pelos reis, a insatisfação da burguesia com a igreja que condenava o lucro excessivo e a usura: cobrança de juros; os camponeses insatisfeitos em ter que trabalhar para sustentar a igreja; e o surgimento de uma nova forma de pensar antropocêntrica e individualista devido ao Renascimento.   

Antes da Reforma

Antes da Reforma, João Wycliff (1325-1384) pregava o confisco dos bens da Igreja, o voto de pobreza por parte dos membros do clero e uma retomada das Sagradas Escrituras como única fonte da fé. João Huss (1372-1415) pregava contra o domínio do império e da igreja que exploravam o povo da Boemia e Jerônimo Savonarola (1452-1498) pregava a favor da pureza moral e contra os males causados pelo príncipe (rei) e pela igreja ao povo. Havia outros grupos que se separaram definitivamente do catolicismo (e por isso não são reformadores protestantes) e viviam na clandestinidade como os Valdenses na região dos alpes itálicos, por exemplo.

A Reforma Luterana (Alemanha)

Martinho Lutero (1483-1546): Nasceu em Eisleben (Alemanha), tornou-se um monge agostiniano e mais tarde professor de teologia na universidade de Wittenberg. Um importante episódio que mudaria a sua vida foi sua visita a Roma quando se deparou com um clero imoral, pagamento de indulgencias e penitências! 

Mais tarde, o Papa Leão X autorizou a venda de indulgências em todos os reinos cristãos para arrecadar fundos para obras no vaticano e quando o dominicano Tetzel foi vender indulgências em Wittemberg, Lutero, profundo estudioso da questão, pronunciou-se contrário a esta ação: Lutero afirmou que o perdão dos pecados era concedido somente pela fé na obra de Cristo que pagou todos os pecados da humanidade ao morrer na cruz do Calvário e que portanto era inútil a compra do perdão! O resultado desta oposição foram as 95 teses que Lutero afixou na porta da Igreja da cidade, em 31 de outubro de 1517, os 95 pontos importantes que precisavam ser reformados, ou seja, consertados, no catolicismo. Por isso, Lutero foi acusado de heresia e chamado a Roma, mas recusou-se a ir e manteve suas posições. Em 1519, participou de um debate onde afirmou que o "infalível" Papa podia errar. Em 1520, recebeu uma "Bula papal" para retratar-se ou seria automaticamente excomungado. Lutero, estudantes e professores da faculdade de Wittemberg queimaram a Bula em praça pública o que terminou com a sua excomunhão do Catolicismo. Lutero ainda escreveu livros em alemão contendo sua tese reformadora e tornou-se popular e notório em toda a Europa. Em 1521, na Dieta de Worms, Lutero sofreu um julgamento diante do clero e da nobreza alemã onde reafirmou suas ideias e falou sua famosa frase: "Se eu for convencido por alguém segundo as escrituras que estou errado, eu mesmo nego tudo o que disse e destruo os livros que escrevi más, se não me provarem que estou errado eu não posso negar minha fé", e por fim precisou se refugiar no castelo de Wartburg sob proteção de um príncipe-eleitor. Ali Lutero traduziu a Bíblia para o alemão e a Reforma Luterana se espalhou rapidamente, com o apoio de vários principados alemães, por todo o sacro Império. Em 1529 nobres luteranos defenderam que cada reino tivesse liberdade para praticar sua própria fé diante do imperador. Era a origem da igreja Luterana, ou seja, da futura igreja oficial da Alemanha.

Principais doutrinas defendidas por Lutero: Salvação pela fé em oposição à salvação pelas fé e obras, a bíblia como única fonte de fé em oposição aos clérigos católicos como fonte da doutrina cristã, e livre sacerdócio e livre interpretação da bíblia (com sua tradução para a linguagem do povo, o alemão) contra o abuso dos sacerdotes vigentes.

A Reforma Calvinista (Suíça)

A Suíça separou-se do Sacro Império em 1499 e a Reforma protestante teve início em 1529, sob a liderança do sacerdote e teólogo Ulrich Zwinglio (1484-1531). As reações à nova doutrina provocaram uma violenta guerra civil, na qual o próprio Zwinglio foi morto. Pouco depois, em 1536, chegou a Genebra o francês João Calvino (1509-1564), intelectual humanista contestador dos valores e práticas da Igreja Católica, fato que o fez ser expulso da França. Em território suíço, logo passou a divulgar suas ideias, fundando uma nova corrente religiosa.

As ideias de Calvino fundamentavam-se no princípio da predestinação absoluta, segundo o qual todos os homens estavam sujeitos à vontade de Deus, e apenas alguns estariam, desde o nascimento, destinados à salvação eterna. O sinal da desta graça divina estaria em uma vida plena de virtudes, como o trabalho diligente, a sobriedade, a ordem e a prática da fé. Dessa forma, a doutrina calvinista exaltava características individuais necessárias às práticas comerciais capitalistas. Suas ideias, portanto, estavam mais próximas dos valores burgueses, razão pela qual se expandiu rapidamente por toda a Europa - mais do que o luteranismo - , chegando aos Países Baixos e à Dinamarca, além da Escócia (levado por John Knox, cujos seguidores foram chamados de presbiterianos), da França (huguenotes) e da Inglaterra (puritanos). 

Principais doutrinas defendidas por Calvino: Inspirado em Lutero, Calvino considerava a Bíblia a base da religião, não sendo necessária sequer a existência de um clero regular, acreditava na predestinação absoluta onde as pessoas estão predestinadas ao céu ou ao inferno pelo próprio Deus, condenou o jogo, condenou o culto às imagens de santos, condenou as danças e a luxúria. Pregou a busca pela fé baseada nos cinco solas: somente a fé, somente as escrituras (a infalibilidade das Escrituras Sagradas como autoridade), somente Cristo, somente a graça e somente dai glória a Deus. Calvino admitia ainda apenas dois sacramentos: A eucaristia (a ceia do Senhor) e o batismo. 

A Reforma Anglicana (Inglaterra)

Na Inglaterra a Reforma Protestante ocorreu com a atuação de refugiados que voltaram de Genebra após a perseguição católica: A Contrarreforma. O estopim da reforma foi o caso do rei Henrique VIII (1491-1547), um importante aliado do papa, chamado de o defensor da fé, que acabou rompendo com o catolicismo para poder divorciar-se da princesa Catarina de Aragão que não lhe dera um herdeiro homem e casar-se com sua amante Ana Bolena.

Havia outro interesse no rei Henrique VIII era a confiscar as terras da Igreja Católica para diminuir o seu poder. Henrique VIII através do Ato de Supremacia tornou-se então o chefe supremo da Igreja Anglicana e praticamente manteve as mesmas práticas católicas, até que seu sucessor Eduardo VI (1547-1553) e seus tutores implantaram a Reforma no país sintetizando as doutrinas luteranas, calvinistas e católicas em uma única doutrina anglicana, e no reinado de Elisabeth I, a Inglaterra tornou-se oficialmente protestante, dando a Igreja Anglicana o título definitivo de Igreja Oficial da Inglaterra.

Conclusão: Na verdade, muitos destes protestantes não queriam inovar ou criar novas igrejas mas, desejavam apenas restaurar antigas verdades bíblicas que a Igreja havia esquecido ou trocado por suas tradições. Outros homens como os reis, os burqueses e os camponeses viram na Reforma uma oportunidade da concretização de seus desejos pessoais ao romper os antigos laços feudais que determinavam o poder e em muitos casos a exploração da igreja oficial sobre os seres humanos.

TEXTOS COMPLEMENTARES:

Os Anabatistas

O movimento reformista na região da atual Alemanha desencadeou diversos conflitos, destacando-se o movimento dos anabatistas. Liderados por um discípulo de Lutero, Thomas Müntzer, os anabatistas formaram um grupo religioso composto, sobretudo, de camponeses. Eles defendiam a extensão da Reforma no plano social, por meio da coletivização dos bens. Considerados uma ameaça à nobreza que apoiava Lutero, sofreram forte repressão, sendo definitivamente derrotados em 1525. Perseguidos tanto por católicos como pelos reformadores consideram-se apenas cristãos.

 Dos anabatistas descendem os menonitas atuais. Tal denominação deriva do nome do ex-pregador católico holandês Menno Simons (1496-1561), que se tornara batista, isto é, a favor de que o batismo por imersão nas águas não fosse ministrado aos recém-nascidos e sim aos crentes adultos e confirmados com base na fé pessoal. Sem acompanhar os revolucionários camponeses, Menno Simons organizou na Suíça, o chamado Movimento da Reforma Radical, cujos princípios são: a autoridade suprema da Bíblia, o batismo com base na profissão de fé consciente, o pacifismo, a recusa do juramento ou do uso de armas e a separação total entre Igreja e Estado. Desde os tempos de Carlos V, passando por Lutero e até mesmo Stalin, os menonitas - assim como todos os anabatistas - foram vítimas de constantes perseguições que causaram a morte de centenas de milhares de pessoas. Seus quatro séculos de história caracterizam-se por um movimento migratório constante - da Holanda para a Alemanha, e depois para a Polônia, Ucrânia, Sibéria, Canadá, Estados Unidos, México e América do Sul (Bolívia, Brasil, Uruguai e Paraguai). Calcula-se atualmente que existam 700 mil menonitas (batizados) no mundo (o que significa vários milhões de pessoas, com suas famílias). Deste total, mais de 350 mil vivem nos Estados Unidos (entre eles, os Amish), onde fica a sede de sua organização mundial: o Comitê Central Menonita. No Brasil há um grupo de anabatistas na cidade de Boituva, no interior de São Paulo e um grupo menonita no interior de Goiás.

Os Batistas

Os batistas surgiram na Inglaterra por discordarem tanto da reforma anglicana como do catolicismo romano. Existem mais precisamente desde 1612, quando Thomas Helwys de volta da Holanda, onde se refugiara com o pastor John Smith e outros cristãos da perseguição do Rei James I da Inglaterra, e decidiu organizar com os que voltaram com ele, uma igreja em Spitalfields, nos arredores de Londres.

Thomas Helwys, que era advogado e estudioso da Bíblia, ao escrever um livro intitulado " Uma Breve Declaração Sobre o Mistério da Iniquidade", foi preso e morreu na prisão, em 1615.
No referido livro, ele escreveu aquilo que é um dos mais caros princípios batistas, o principio da liberdade religiosa e de consciência :"... a religião do homem está entre Deus e ele: o rei não tem que responder por ela e nem pode o rei ser juiz entre Deus e o homem. Que haja, pois, heréticos, turcos ou judeus, ou outros mais, não cabe ao poder terreno puni-los de maneira nenhuma". Assim, muitos batistas crêem que são um povo que vem de longe, com muitos nomes, de muitas perseguições, de muitas lutas, mas construindo uma bela história de fé, de doutrina e de princípios por seguirem corretamente os ensinos de Jesus Cristo. 
As igrejas batistas adotam a forma de governo Congregacional Democrático, com total autônomia local. Relacionam-se umas com as outras pela mesma fé e ordem, de forma cooperativa e por laços fraternais. Crêem na conversão pessoal de cada crente a Jesus Cristo, no exercício de sua responsabilidade individual e que é aceito pela Igreja por batismo por imersão (no grego, a palavra batismo significa imersão) e mediante confissão da sua fé em Jesus Cristo como salvador pessoal. Portanto, não aceitam e nem praticam o batismo infantil ou o batismo por aspesão ou derramamento das águas. Realizam seus objetivos comuns pela cooperação voluntária, na forma de associação de Igrejas ou de convenções e estão espalhados por todo o mundo assim como a maioria das igrejas citadas nesta aula.

Retomada do conteúdo: HQ e o filme Lutero


Sugestão de leitura:

Obra do escritor renascentista Nicolau Maquiavel: O Príncipe.

Fonte:

Obra retirada do sítio oficial do governo brasileiro: domínio público. 

https://www.dominiopublico.gov.br.


Aviso:                                    Avaliação sobre o Renascimento: 27/03 (quarta-feira).

Conforme  combinado em sala de aula resolva os exercícios propostos abaixo e estude para a avaliação sobre o renascimento cultural e científico.

Dúvidas? 

Acesse o campo: contato!

Bons estudos para todos os alunos.

Retomada do conteúdo para a prova:

Opção 1 - imprima e cole as questões no caderno, após responda os exercícios propostos.
Opção 2 - responda diretamente as questões no seu caderno.

Exercícios retirados e adaptados do nosso livro didático: Olhares da História.

Responda em seu caderno os exercícios sobre o Renascimento:

1. O movimento cultural e artístico desenvolvido na Europa entre os séculos XIV e XVI é conhecido como Renascimento ou Renascença.                                                                            a) Defina a palavra "Renascimento"?                                                                                                  b) Por que a palavra "renascimento" foi usada para designar aquele movimento cultural e artístico?

2. É possível afirmar que o Renascimento rompeu completamente com os valores da Idade Média? Por quê?

3. Sobre as características do Renascimento, faça o que se pede.

a) Identifique as principais características do Renascimento e explique-as.                                  b) Escolha uma das obras de arte renascentistas e relacione pelo menos duas características do Renascimento à obra de arte escolhida, justificando sua opinião com base em elementos visuais da obra de arte.

4. Por que o Renascimento teve origem na península Itálica? Em sua resposta, procure explicar, também, por que é possível dizer que o Renascimento foi uma cultura urbana.

5. O texto a seguir foi escrito por Ernst Gombrich (1909-2001), um historiador da arte. Leia-o e depois responda ao que se pede.

Entre os artistas florentinos da segunda metade do século XV [...] encontrava-se o pintor Sandro Botticelli [...]. Um de seus quadros mais famosos não representa uma lenda cristã, mas um mito clássico: o nascimento de Vênus. [...] O cliente que encomendou a pintura de Botticelli para a sua casa de campo era membro da rica e poderosa família dos Medici. Ou ele mesmo ou um dos seus eruditos amigos explicou provavelmente ao pintor o modo como os antigos tinham representado Vênus surgindo do mar. [...] GOMBRICH, E. H. A história da arte. 16. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999. p. 263-264.

O texto de Gombrich apresenta algumas situações típicas do Renascimento presentes na produção de Sandro Botticelli, no momento em que o artista produzia a obra Nascimento de Vênus. Que situações são essas? Identifique-as, relacionando-as aos valores e às ideias do Renascimento.

6. O texto a seguir trata da construção de conhecimentos nas áreas da Astronomia e da Cosmologia durante o Renascimento.

Nicolau Copérnico (1473-1543) rompeu com esta concepção [geocêntrica] ao propor um novo modelo, no qual a Terra estaria em movimento e o Sol ocuparia o centro da esfera celeste. Com isso, Copérnico instaurou a separação entre a natureza e a divindade, nascendo a visão moderna, com a percepção de sua autonomia em relação a Deus. GODINHO, Rosemary de Sampaio Godinho. Renascimento: uma nova concepção de mundo através de um novo olhar para a natureza. DataGramaZero. Revista de Informação. v. 13, n. 1 fev. 12. Disponível em: <www.dgz.org.brfev12/ Art_01.htm>. Acesso em: 16 jan. 2016.

a) Como se caracterizava a visão geocêntrica do Universo, dominante durante a Idade Média? 

b) A partir de estudos como o de Nicolau Copérnico, qual foi a mudança na visão a respeito do Universo? 

7. pesquise e defina em seu caderno um as principais características do renascimento:

a) humanismo:

b) racionalismo:

c) individualismo:

d) antoprocentrismo:

e) cientificismo:

f) classicismo:

g) universalismo:

h) naturalismo:

i) hedonismo;

j) empirismo:

k) otimismo:

l) urbanismo: 

Aula 2 - O Renascimento Artístico e Científico

Na Europa, a expansão comercial promoveu o fortalecimento da burguesia, que passou a ter papel cada vez maior na definição dos rumos econômicos, políticos, religiosos e culturais de cada sociedade. A hegemonia dos valores da nobreza e da Igreja começou a ser alterada pelos valores burgueses, a partir dos séculos XIV e XVI. O movimento artístico e cultural que floresceu na Itália a partir do século XIV ficou conhecido como Renascimento ou Renascença. Ele pode ser caracterizado como uma tendência cultural laica (isto é, não eclesiástica) que se estendeu até o século XVI. Inspirado pela cultura greco-romana, rejeitava os valores feudais a ponto de considerar o período medieval a "idade das trevas." Porém é importante entendermos que o renascimento não tinha possibilidade de romper completamente com os valores de um tempo tão longo e com valores tão arraigados como os que existiam na idade media. O que houve foi uma maior preocupação dos homens com questões referentes à vida humana, sem a interferência da igreja e da religião. Mas durante o renascimento muitas pessoas ainda não tinham os conhecimentos necessários para fazer essa separação, muitas pessoas ainda viviam nos feudos. A instrução e o conhecimento não eram para todos.                O Renascimento recebeu essa denominação por procurar "renascer" a Antiguidade clássica,  trazendo de volta o pensamento e as criações dos antigos gregos e romanos. Esse termo não foi criado por historiadores posteriores, mas durante o próprio movimento artístico cultural, iniciado no século XIV na península Itálica. Muitos estudiosos consideram que o primeiro a registrar a palavra renascimento (rinascita) com tal sentido tenha sido o pintor e arquiteto italiano Giorgio Vasari (1511-1574). 

Península Ibérica: Guerra da Reconquista com a expulsão dos mouros (muçulmanos) da Europa;

Gália: Desenvolvimento do sistema feudal que caracterizou essa região durante a idade média;

Península Itálica: Origem do Renascimento, movimento artístico e científico que rejeitou os valores medievais e retornou aos valores clássicos greco-romanos.

As causas do Renascimento Artístico e Científico

- Desenvolvimento e ascensão de uma nova classe social - a burguesia comercial - que passava a difundir novos hábitos de consumo;                                                                                  - O urbanismo e a disseminação do luxo e da opulência;                                                                - Influência da cultura grega, através do contato comercial das cidades italianas com o Oriente, especialmente Constantinopla;                                                                                                           - O Mecenato, prática exercida pelos burgueses, príncipes e papas, de financiar os artistas, procurando mostrar o poderio da cidade e ampliar o prestígio pessoal;                                       -- A vinda de sábios bizantinos para a Itália após a conquista de Constantinopla pelos turcos Otomanos;                                                                                                                                          -- A presença, em solo italiano, da antiguidade clássica;

- Disseminação pela Europa do uso da imprensa e a divulgação dos livros.

O Renascimento Italiano

A consolidação do Renascimento na Itália ocorreu basicamente no século XIV, período conhecido com Trecentro, ou seja nos anos 1300. As primeiras manifestações da nova arte surgiram com Giotto di Bondoni (1266-1337). Suas obras representavam figuras humanas com grande naturalismo ( um tipo de arte que presta atenção em qualquer detalhe preciso e retrata objetos e coisas como são), retratou inclusive Jesus Cristo e os santos. Na literatura generalizou-se a utilização do dialeto toscano, que seria matriz da língua italiana contemporânea. Mas, foi Francesco Petrarca (1304-1374) o "pai do humanismo e da literatura italiana" autor de "África" um épico em latim sobre o grande general romano Cipião Africano e "Odes a Laura" um lirismo amoroso, representado pela figura de Laura que destaca a figura humana não como uma mera "criatura", mas como um verdadeiro indivíduo que possui suas próprias vontades e que imprime no universo em que reside a sua própria psicologia, o grande nome do Trecento. Outro nome importante do Trecentro foi Bocaccio e sua obra Decameron, com seus contos satíricos que criticavam o ascetismo medieval. 

O Quattrocento (1400), segundo período do renascimento italiano, surge em Florença com o pintor Masaccio (1401-1429), um mestre da perspectiva (um recurso gráfico que utiliza o efeito visual de linhas convergentes para criar a ilusão de tridimensionalidade do espaço e das formas quando estas são representadas sobre uma superfície plana como a do papel de desenho). Outro destaque foi Sandro Botticelli (1445-1510), que acreditava que a arte era mesmo tempo uma representação espiritual, religiosa e simbólica. 

No terceiro período, o Cinquecento (1500), Roma passou a ser o principal centro da arte renascentista. Foi construída a basílica de São Pedro, no Vaticano, projeto do arquiteto Donato Bramante, onde podemos destacar o trabalho do pintor .Michelangelo Buonarroti, que pintou o teto da Capela Cistina utilizando a técnica do afresco, uma obra pictórica feita sobre uma parede, com base de gesso ou argamassa. Assume frequentemente a forma de mural. Na literatura, sistematizou-se o uso da língua italiana através de Francesco Guiciardini, Torquato Tasso, Ariosto e principalmente com Nicolau Maquiavel, com sua obra O Príncipe, um verdadeiro manual de como devia se comportar um rei absolutista. 

Valores renascentistas em oposição ao medievalismo:

A Ciência Renascentista 

Foi um período marcado por grandes avanços nas ciências, possibilitados pelos estudos e experimentos de grandes cientistas que gerou avanços nas áreas de Astronomia, Medicina, Matemática, Física, Química e Biologia. Desenvolveu-se instrumentos científicos, formulou-se várias leis da física e teorias da matemática.

Miguel de Servet - desenvolveu a dissecação de cadáveres, consiste, no estudo da Anatomia, na abertura e/sou separação de organismos mortos, com o objetivo de estudar diferentes orgãos ou outras peças anatómicas.

Nicolau Copérnico - desenvolveu a teoria do heliocentrismo, ou seja, estudo que afirma que o sol é o centro do universo.

Galileu Galilei - comprovou o heliocentrismo, teoria que afirma que o sol é o centro do universo, substituindo o geocentrismo que afirmava que a terra era o centro do universo. Por este motivo, a Igreja Católica não aceitava que essa teoria fosse tratada como verdade, mas, apenas como uma hipótese. Assim, Galileu foi obrigado a negar suas ideias publicamente e viver confinado em uma espécie de prisão domiciliar até a sua morte. No dia 31 de outubro de 1992, o papa João Paulo II reconheceu os enganos cometidos pelo tribunal eclesiástico que condenou Galileu Galilei à prisão.

Leonardo da Vinci - Considerado o pai da ciência moderna, da Vinci descobriu como funciona o avião, o submarino, o moinho de vento e a roda d'água. há poucos livros sobre a ciência de Leonardo, ainda que ele tenha deixado volumosas anotações repletas de descrições detalhadas de seus experimentos, magníficos desenhos e extensas análises de suas descobertas.

A arte Renascentista

A arte neste período valorizou os aspectos culturais, do homem e da natureza, e esteve voltada essencialmente para a retomada dos modelos clássicos greco-romano baseada no formalismo naturalista, racionalismo e hedonismo.

                                  A Última Ceia                                                                                    Gioconda

Leonardo da Vinci - Considerado um dos maiores gênios da história da humanidade, Leonardo da Vinci foi pintor, escultor, engenheiro, cientista, escritor e inventor italiano. De suas obras destacam-se: "Última Ceia" (Santa Ceia) e "A Gioconda" ou Monalisa (imagens acima).

                 O Juízo Final                                                Pietá                                                        Davi

Michelangelo Buonarroti -Pintor, escultor e arquiteto italiano, Michelangelo nasceu na cidade de Caprese, região da Toscana. Sua maior obra foi a pintura da abóboda da "Capela Sistina", na Catedral de São Pedro, em Roma destacando-se "O Juízo Final". Na escultura, suas obras mais representativas foram: "Pietá" e a "Escultura de Davi" (imagens acima).

                                   Madona                                                                                               Madona

Rafael Sanzio - Pintor italiano nascido na cidade de Urbino, inovou as técnicas de pintura, ao utilizar contrastes de luzes e sombras. Ficou conhecido por suas diversas "Madonas," mãe de Jesus (imagens acima).

                                 São Marcos                                                                    Gattamelata

Donatello - pintor e escultor italiano do período que introduziu novas técnicas artísticas ao utilizar diferentes materiais para compor suas esculturas, tal qual, mármore, bronze e madeira. Seus trabalhos mais representativos são: a escultura de "São Marcos", em Florença, e "Gattamelata", na cidade de Pádua (imagens acima).

A Literatura Renascentista

O período do Renascimento foi denominado de Classicismo que representava uma escrita voltada para os modelos clássicos, que busca a perfeição, o equilíbrio, a pureza das formas e o rigor estético inspirado em nomes como Platão, Homero e Virgílio.

Dante Alighieri: escritor italiano, autor da "Divina Comédia", história da conversão de um pecador ao caminho de Deus. Os versos sublinham a necessidade de se seguir o caminho do bem e da ética.

Willian Shakespeare: poeta e dramaturgo inglês, autor de "Romeu e Julieta" que tem como palco a cidade de Verona e retrata o conflito histórico entre duas famílias tradicionais: os Montecchio e os Capuleto. Em um elogio ao amor, por um infortúnio do destino, Romeu, filho único da família Montecchio, e Julieta, filha única da família Capuleto, conhecem-se durante um baile de máscaras e apaixonam-se perdidamente, e "Hamlet", considerada uma das tragédias mais conhecidas e célebres da Inglaterra, ocupa desde 1879, o primeiro lugar entre as peças mais requisitadas da Royal Shakespeare Company, sendo a mais interpretada da história do teatro e conta a história do príncipe da Dinamarca obrigado a empreender um drástico ato de revanche contra seu tio Cláudio, acusado de assassinar o pai do jovem para tomar o poder, depois de desposar a cunhada. O órfão, porém, não apresenta nenhuma inclinação para cometer tal crime, que deveria ser meticulosamente planejado e calculado, exigindo um sangue-frio de que o nobre não dispõe... 

Miguel de Cervantes: poeta, romancista e dramaturgo espanhol, autor de "Dom Quixote de la Mancha". Considerada a maior obra da literatura espanhola e o segundo livro mais lido da História. A obra narra as aventuras e desventuras de Dom Quixote, um homem de meia idade que resolveu se tornar cavaleiro andante depois de ler muitos romances de cavalaria. Providenciando cavalo e armadura, resolve lutar para provar seu amor por Dulcineia de Toboso, uma mulher imaginária. Consegue também um escudeiro, Sancho Pança, que resolve acompanhá-lo, acreditando que será recompensado. Quixote mistura fantasia e realidade, se comportando como se estivesse em um romance de cavalaria e transformando obstáculos banais (como moinhos de vento ou ovelhas) em gigantes e exércitos de inimigos. É derrotado e espancado inúmeras vezes, sendo batizado de "Cavaleiro da Fraca Figura", mas sempre se recupera e insiste nos seus objetivos. Só volta para casa quando é vencido em batalha por outro cavaleiro e forçado a abandonar a cavalaria. Longe da estrada, fica doente e acaba morrendo. Nos seus momentos finais, recupera a consciência e pede perdão aos seus amigos e familiares. 

Luís de Camões: poeta português, autor de "Os Lusíadas". Um longo poema épico com o objetivo de cantar à pátria, a história de Portugal. Os versos camonianos celebram os "feitos da famosa gente" portuguesa, enaltecem "o peito ilustre lusitano", onde a viagem de expansão marítima se torna pretexto para que toda a história passada de Portugal seja cantada. Além de narrar a genealogia de Portugal, das conquistas ultramarinas, o poema exalta, sobretudo, o povo português.

Michel de Montaigne: escritor e filósofo francês, autor de "Ensaios". Montaigne era um nobre que se afastou de tudo para viver de forma privada. Sua obra é diferente de tudo até então, pois seu autor era um leigo e assim escreveu com forte influencia do classicismo greco-romano sobre vários temas: o medo, a covardia, a preparação para a morte, a educação dos filhos, a embriaguez, a religião, os reis, o papel da mulher e a ociosidade. Uma obra de um leigo para leigos, totalmente descomprometida com qualquer norma clerical, estilo ou particularidade de assunto de onde vem o seu título: Ensaios.

Nicolau Maquiavel: poeta e historiador italiano, autor de "O Príncipe". Ao escrever O Príncipe, Maquiavel expressou nitidamente os seus sentimentos de desejo de ver uma Itália poderosa e unificada, pois a península estava dividida em vários reinos. Expressou também a necessidade (não só dele mas de todo o povo italiano) de um monarca com pulso firme, determinado que fosse um legítimo rei e que defendesse seu povo sem escrúpulos e nem medir esforços para assim manter uma nação forte e unida. Para Maquiavel, um príncipe não devia medir esforços nem hesitar, mesmo que diante da crueldade ou da trapaça, se o que estiver em jogo for a integridade nacional e o bem do seu povo e por isso é considerado um manual de como deve se comportar um rei absolutista. 

François de Rabelais: escritor e padre francês, autor de "Pantagruel e Gargântua".  François Rabelais fez do grotesco, do escatológico e do humor levado ao limite do absurdo a sua distinção como um dos mais radicais e originais humanistas do Renascimento. Usava a imagem de dois gigantes, Pantagruel e Gargântua, pai e filho, que canalizavam em seu dia a dia todos os defeitos da sociedade da época. A obra foi considerada imprópria e condenada pela Universidade de Sorbone e pelo parlamento francês que trabalhavam como uma espécie de "censura" da  época. O livro contava com um humor bem popular e os gigantes viviam às voltas com prazeres físicos e mundanos da vida: a comida, a bebida e o sexo. Rabelais ainda usava a obra para satirizar o ascetismo religioso, os costumes da Cavalaria, a senha conquistadora dos reis e até mesmo o sistema educacional da época, mas sem causar grandes estragos com seu texto, apesar de alguns protestos, como os que causaram a censura da obra. 

Erasmo de Roterdã: escritor e teólogo holandês, autor de "Elogio da Loucura". Erasmo era cristão, porém com uma visão além de seu tempo para ver as falhas que existiam no fanatismo religioso e na opressão causada pela igreja católica, não esqueçam que ele era teólogo, e dos muito respeitados. Ele foi um dos responsáveis pelos pensamentos críticos da sociedade da época que foi base da Reforma Protestante. Erasmo de Rotterdam não faz uma crítica apenas à religião fanática, mas também a muitos comportamentos e pensamentos da sociedade, não apenas da sociedade da época, mas de um modo completamente atemporal, já que os maus costumes humanos não são perdidos com o passar das gerações e antes se repetem cotidianamente... Uma grande obra de um grande intelectual!

O Renascimento se espalhou pela Europa, como lemos nos autores acima, porém entrou em decadência após a perda de prestígio econômico das cidades italianas, em decorrência das Grandes Navegações - que mudaram o eixo econômico do mundo europeu que era o Mediterrâneo para o Atlântico; e da Contra-Reforma Católica que limitou a liberdade de expressão. Porém, através da busca pelo modelo clássico, o Renascimento acabou revelando ao homem um mundo ainda desconhecido, que ia muito além do que os gregos e romanos conheciam ou podiam imaginar e que possibilitou o desenvolvimento do capitalismo e de uma nova era com seus novos valores em muitas das áreas humanas.

Retomada do conteúdo: HQ e Descomplica (vídeo)

AULA 1 - A Cronologia Histórica

Esta é uma cronologia da história da humanidade, que visa a relacionar os principais eventos ocorridos com o ser humano, desde seu surgimento até os nossos dias.

Períodos principais: a pré-história e a história

Idades da pré-história: paleolítico, neolítico e metais.

Idades da história: antiga, média, moderna e contemporânea.

Ao fazermos a retomada dos conteúdos estudados na 1ª série do Ensino Médio observamos que os nossos estudos da 2ª série do Ensino Médio terão o seu início com o Renascimento Cultural e Científico, período de transição entre o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna.  

Normas:

As normas ou acordo pedagógico entre professores e alunos visam garantir os direitos e deveres de todos os envolvidos no processo de aprendizado.

Respeito (ao professor, as demais alunos e demais funcionários da escola. Peço a todos que evitem o uso de vocabulário chulo e agressivo durante as aulas);

Estudo (o aluno deve cumprir com seus deveres ao desenvolver as atividades propostas em sala de aula e as atividades propostas para serem realizadas em casa);

Organização (traga o material proposto da disciplina de história sempre nas quartas-feiras, mantenha a organização e a limpeza do nosso ambiente escolar;

Silêncio: O silêncio e a concentração nas aulas durante as explicações são vitais para a boa prática pedagógica. Não esqueça: O barulho é inimigo da sua aprendizagem!

Boas aulas à todos os alunos! 

Prof. Lourival 
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